Em nome de Allah, o Compassivo, o Misericordioso
P – Alguns anos atrás, realizei o Hajj, porém todo o dinheiro utilizado era de procedência ilícita. O meu Hajj foi válido?
الجواب حامدًا ومصليًا
R – Sim, o seu Hajj foi válido, desde que todos os rituais obrigatórios tenham sido corretamente realizados. Isso significa que a obrigatoriedade do Hajj foi cumprida. No entanto, o fato de ter utilizado riqueza ilícita (Harám) para essa adoração constitui um pecado grave (Kabirah), e por isso não haverá recompensa nem aceitação espiritual (Qubul) desse Hajj diante de Allah ﷻ. Ou seja, apesar de o dever ter sido cumprido externamente, a essência meritória do Hajj foi corrompida pelo meio proibido utilizado.
O Allámah Ibn Ábidin رحمه الله esclarece:
“O Hajj em si — isto é, o ato de visitar um local específico em um tempo determinado — não se torna ilícito por si mesmo. O que é ilícito é o uso de riqueza proibida. E a comparação mais apropriada ao Hajj realizado com riqueza ilícita é com o Hajj realizado por ostentação e vanglória (riyá wa sumʿah), pois em ambos os casos, a obrigação é cumprida, mas não há recompensa.” (Raddul Muhtár 2/456).
O Allámah Ibn Nujaim رحمه الله acrescenta:
“A pessoa deve se esforçar para adquirir riqueza lícita (Halál) com o objetivo de realizar o Hajj, pois o Hajj não é aceito com riqueza ilícita, conforme mencionado no Hadisse. Contudo, a obrigação será cumprida ao realizá-lo com riqueza ilícita.
E não há contradição entre a obrigação ser cumprida e o Hajj não ser aceito, pois ‘não aceito’ significa sem recompensa, e ‘obrigação cumprida’ significa que a pessoa não será punida por ter deixado o Hajj.” (Baḥru Ráiq 2/332).
Portanto, embora o dever legal do Hajj tenha sido cumprido, o uso de riqueza ilícita (ḥarām) em um ato tão sagrado é um pecado grave. É indispensável que você se arrependa sinceramente diante de Allah ﷻ por ter realizado o Hajj com meios proibidos.
Além disso, se Allah ﷻ lhe conceder condições no futuro, esforce-se para realizar um novo Hajj utilizando somente riqueza lícita (Halál), com intenção pura e sincera, para alcançar a aceitação (qubul) e a recompensa completa desta grandiosa adoração. (Raddul Muhtár 2/456, Bahr 2/332, Mu’allmul Hujjáj Pág. 74).
( قوله كالحج بمال حرام ) كذا في البحر والأولى التمثيل بالحج رياء وسمعة ، فقد يقال إن الحج نفسه الذي هو زيارة مكان مخصوص إلخ ليس حراما بل الحرام هو إنفاق المال الحرام ، ولا تلازم بينهما ، كما أن الصلاة في الأرض المغصوبة تقع فرضا ، وإنما الحرام شغل المكان المغصوب لا من حيث كون الفعل صلاة لأن الفرض لا يمكن اتصافه بالحرمة ، وهنا كذلك فإن الحج في نفسه مأمور به ، وإنما يحرم من حيث الإنفاق ، وكأنه أطلق عليه الحرمة لأن للمال دخلا فيه ، فإن الحج عبادة مركبة من عمل البدن والمال كما قدمناه ، ولذا قال في البحر ويجتهد في تحصيل نفقة حلال ، فإنه لا يقبل بالنفقة الحرام كما ورد في الحديث ، مع أنه يسقط الفرض عنه معها ولا تنافي بين سقوطه ، وعدم قبوله فلا يثاب لعدم القبول ، ولا يعاقب عقاب تارك الحج . ا ه. (رد المحتار ٢/٤٥٦).
ويجتهد في طلب المال الحلال للحج، فإنه لا يُقبل بالحرام كما ورد في الحديث، لكن تسقط الفرضية به، ولا منافاة بين سقوط الفرض وعدم القبول، فإن عدم القبول معناه عدم حصول الثواب، وسقوط الفرض معناه عدم العقوبة بترك الحج. (البحر الرائق ٢/٣٣٢).
هذا ما تبين لى والله أعلم بالصواب
Mufti Ismail Abdullah Ismail
Daarul Iftá- Beira
24 de Zhul Qa’dah de 1446
22 de Maio de 2025
📌 Siga Mufti Ismail:
🔹https://chat.whatsapp.com/CdQeZ2X6DhZ1C4FwGQNjzT
🔹 www.albalaagh.org